Campeão da Refeno 2014 nas classes RGS Geral e RGS B com o seu barco Tangará II, o velejador Lars Grael elogiou os procedimentos de seguranças exigidos pelo Cabanga Iate Clube de Pernambuco para travessia entre o Recife e o Arquipélago. Na última quarta-feira (1º/10), durante a cerimônia de premiação, o campeão olímpico também falou do prazer de disputar uma regata como a Refeno.

“A Refeno 2014 foi uma regata sensacional. Ventos favoráveis, bastante mar, levando muitos barcos ao limite. Infelizmente 11 barcos com avarias, sendo que um deles soçobrou. Mas, o importante é que os procedimentos de seguranças que a regata passa a exigir garantem uma segurança muito grande aos navegadores. É uma regata sensacional, organização impecável. É uma regata que ao chegar aqui em Noronha, é uma satisfação tão grande que dar vontade de voltar a cada ano. O Cabanga Iate Clube de Pernambuco e os patrocinadores estão de parabéns pela organização”, disse.

Também na última quarta, o Cabanga Iate Clube de Pernambuco, promotor da Refeno, anunciou outras mudanças para garantir ainda mais segurança para todas as embarcações e tripulantes que disputarão as próximas edições da Refeno. A principal delas será a antecipação da exigência do uso do Epirb 406Mhz. Até então, essa obrigatoriedade estava prevista apenas para a Refeno de 2016. 

O Epirb é um dispositivo eletrônico via satélite que pode ser acionado manualmente ou automaticamente quando entra na água. “Se o barco virar ou capotar, ele automaticamente vai emitir o sinal da posição correta onde está o barco. Esse sinal continuará a ser emitido por mais 48 horas. Após acionado, o mundo inteiro, não só a Refeno, ficará sabendo da posição. É um dispositivo de socorro”, explicou o coordenador geral da Refeno, João Jungmann.

A organização da Refeno também lembrou que mesmo com o Epirb, o veleiro terá, obrigatoriamente, que portar um Spot, onde a sua posição poderá ser acompanhada durante toda a prova tanto pela Comissão de Regata quanto pela Marinha, além de ser um dispositivo que também emite um sinal de socorro via satélite caso necessário. 

A decisão de exigir o Epirb foi tomada após o acidente da embarcação pernambucana Nativo, que largou do Recife no último sábado (27) e capotou no final da noite daquele mesmo dia nas proximidades de Cabedelo, na Paraíba. Os seis tripulantes da embarcação Nativo só foram salvos graças a um item de segurança que a partir deste ano passou a ser obrigatório em todas as embarcações que participaram da Refeno – a balsa salva-vidas, acionada depois que um dos cabos de sustentação do barco rompeu. Segundo relatos dos tripulantes, a embarcação virou cerca de 50 quilômetros da costa de Natal/RN, em um mar completamente agitado.

TANGARÁ II
Sobre a vitória do seu barco, Lars destacou o empenho de toda tripulação do Tangará II, um barco de cruzeiro. “Nós ficamos muitos felizes com a vitória do Tangará II na classe RGS, a mais numerosa da regata. É um barco de cruzeiro, é um barco antigo, e nós velejamos dando nosso melhor o tempo todo. O barco foi preparado para regata, para suportar as condições de mar e de vento. A gente veio caprichando o tempo todo. Quando a gente viu o resultado final que o Tangará tinha vencido a regata foi uma grande satisfação”, comemorou.

O currículo de títulos do Tangará II não para na Refeno. “O barco já tinha vencido a Regata Aratu/Maragogipe, a Regata Ilha de Caras e o Circuito Rio do ano passado. Então, estamos felizes em levar o nosso barco de cruzeiro ao melhor que ele pode render”, finalizou Lars.