O pontapé inicial da 27ª edição da Regata Recife Fernando de Noronha (Refeno), com partida marcada para o dia 26 de setembro, será dado nesta sexta-feira (18), a partir das 14h, no Cabanga Iate Clube de Pernambuco. O clube abrirá o auditório Sylvio Barreto, na sede do Recife, para vernissage de dois importantes artistas plásticos pernambucanos – Ricardo Coimbra e Zé Som. O acervo dos dois profissionais da arte ficará em exposição no local até o dia 24 de setembro, das 9h às 17h.
Dos 64 anos de idade, mais da metade Carlos Sarmento, popularmente conhecido como Zé Som, dedica à tradução de paisagens, colocadas no papel com delicadeza, com a ponta dos dedos. O pintor pernambucano encontrou na arte o sustento de sua família e o grande prazer da sua vida.
O talento para pintura começou quando ele tinha 29 anos e era guitarrista, daí o apelido que sustenta sua identidade. “Eu estava desempregado, já tinha dois filhos e estava numa situação difícil. Foi quando soube de um pessoal que gostava de comprar obras de arte e resolvi pintar. Só que eu não tinha pincel e nem dinheiro para comprar um, então resolvi usar os dedos”, lembra, sorrindo, de como tudo começou em entrevista ao Diario de Pernambuco.
“Pintei a Praça de São Pedro em pleno carnaval e entreguei a eles, aí Cláudio Marzo, um artista, perguntou se eu tinha mais quadros e eu disse que tinha mais dez, mas era mentira. Ele quis, eu voltei para casa e passei a noite todinha pintando. No dia seguinte levei mais nove quadros para ele e nunca mais parei de pintar Olinda”, recorda.
Zé Som é reconhecimento fora do Brasil e já expôs sua obra na Alemanha, Itália e Cingapura, por exemplo. Mas, sua fonte de inspiração vem, sobretudo, das paisagens de Pernambuco. Com a ponta dos dedos, as praias, festas, cores e cenários pernambucanos são eternizados por Zé em suas obras que retratam, além do Recife e Olinda, lugares como Serrambi, Calhetas e Fernando de Noronha. Este ano, o artista terá a responsabilidade confeccionar todos os troféus da 27ª edição da Regata Recife Fernando de Noronha.
COIMBRA 3D
A outra exposição será do artista Ricardo Coimbra, que possui uma característica bastante peculiar que utiliza uma técnica diferente e pouco usada: o 3D. Para criar seus quadros, Coimbra, como é conhecido, uniu técnicas de artesanato, escultura e pintura. “É um 3D sobreposto, que veio da necessidade de que a peça se tornasse também um artesanato, pois a peça artesanal dá um diferencial ao trabalho, vai além das artes plásticas. É a mistura do erudito com o popular”, afirma Coimbra em entrevista ao site G1/PE.
Para criar os quadros, o artista explica que usa técnicas do contraste entre sombra e luz, feitos com pincel, bisnaga, a dedo, além de materiais diversos para construir o que ficará em 3D. Ricardo Coimbra diz que considera rápido todo o processo de criação até a finalização, e, se for preciso, chega a fazer até 20 quadros em cinco dias.
No vernissage, será exposto quadros com a réplica dos barcos, lanchas, jet-ski ou qualquer outro tipo de embarcação. Além das obras feitas com a temática da Refeno, outros quadros podem ser encomendados com temas que variam entre paisagens e símbolos da cultura pernambucana.
COMPRA
Os dois artistas estarão comercializando os quadros a preços que variam de R$ 600 a R$ 3 mil. Esses valores podem ser comercializados através de cartões de crédito e débito. Também será oferecido o serviço de entrega em domicilio.