Dois dias antes da largada da Refeno, o Cabanga Iate Clube de Pernambuco realizou uma simulação de acionamento de uma balsa salva-vidas. Com a supervisão do técnico de segurança do trabalho, Emmanuel Lima, os funcionários do clube simularam o acionamento de uma balsa de seis lugares para os participantes da Refeno ali presentes. “O pessoal gostou. Além do acionamento da balsa, mostramos os equipamentos de emergência que se encontram na balsa e como devem ser utilizados”, resumiu o técnico de segurança do Cabanga.
Foi graças a essa exigência do Cabanga que os seis tripulantes do Nativo foram salvos com vida. Este ano, a dotação da balsa de salvamento tornou-se obrigatória e não mais os infláveis adaptados para tal. “Foi um grande ponto positivo, em termos de segurança para os participantes, durante a regata”, resumiu o Coordenador geral da Refeno, João Jungmann.
Vistoria
Assim que a tripulação do Nativo conseguiu inflar a balsa de salvamento veio a surpresa: muitos itens de emergência como espelho, fogos, comida, localizador e bússola não estavam na balsa, como previa no manual. O comandante da embarcação, Jorge Neves, garantiu que a balsa era nova. Após a experiência, a recomendação é que, a partir de agora, todas as balsas, mesmo novas, sejam inspecionadas regularmente.
“Toda balsa, mesmo nova, deve passar pela vistoria. Inclusive eu dei essa sugestão na Capitania dos Portos do Rio Grande do Norte, após o nosso salvamento. Se tivéssemos feito essa vistoria neste ano, a gente teria todo esse material que nos faltou”, explicou Jorge, que ainda apontou outro problema. “Na balsa tem um captador de água, só que não funcionou. Mas do outro lado da balsa encheu de água e a gente aproveitou”, complementou.
“Desde o ano passado que tenho essa balsa, nem era um item exigido. Eu achava que era necessário ter, tive a oportunidade de comprar e comprei. Foi o que nos salvou. Se não tivéssemos ela, nós ficaríamos em cima do barco, pois ele não afundou, mas teríamos o problema com o sol”, finalizou Neves.