“Uma longa caminhada começa com o primeiro passo.” A frase é atribuída ao filósofo chinês Lao Tsé, mas pode ser muito bem aplicada a recente atividade ambiental desenvolvida pela atual Comodoria do Cabanga no mangue existente ao lado clube. Para apresentar os resultados dessa ação, o comodoro Jaime Monteiro Jr. reuniu autoridades da área ambiental para um café da manha dentro do mangue.
Ao longo dos últimos três meses, 34 toneladas de lixo foram recolhidos do mangue que margeia o clube numa área de aproximadamente sete mil metros quadrados. A atividade, pioneira, demonstra o cuidado com o bioma estuarino da cidade e sinaliza sobre a necessidade coletiva de manter os mananciais que cortam a cidade preservados.
Há tempos não havia condições adequadas de passar pela passarela onde algumas embarcações estão atracadas devido ao mau cheio que exalava e da grande quantidade de mosquitos”. A quantidade de lixo retirada surpreendeu a todos. Além de lâmpadas, roupas, plásticos, latas, garrafas pets também foram encontrados colchões, porta de geladeira, tubo de televisão, pneus e outros materiais “leves”, como isopor.
“O Cabanga está fazendo a sua parte, cuidando do seu jardim. Nós fazemos geograficamente parte do mangue e estamos realizando uma refeição dentro de um mangue sadio, recuperado, tratado, um mangue como deve ser. Essa é a referência de qualidade que todos esperam, especialmente o sócio do Cabanga”, comentou o comodoro Jaime Monteiro Jr.
O trabalho começa a surtir um efeito extraordinário. Hoje, a natureza está voltando a ocupar o seu espaço e formar um importante habitat, berçário para inúmeras espécies de peixes do tipo Tainha, Camurim, Camuripim, Baúna, crustáceos, moluscos, mamíferos, aves e insetos.
A retirada do lixo realizada pelo Cabanga abrangeu toda área do mangue – seca e alagadas. “Inicialmente a Emlurb realizou toda limpeza da parte seca. Logo em seguida, reunimos sete pescadores do estuário do Pina, Brasília Teimosa e Ilha de Deus e removemos o lixo das áreas mais difíceis do manguezal, onde por exemplo, encontramos resíduos enterrados na lama”, explicou Francisco Romeiro, líder do grupo Amigos do Mangue, de Brasília Teimosa.
É importante destacar que essa limpeza só foi possível graças ao apoio de instituições como a Secretaria de Meio Ambiente (Semas), Compesa, através da sua Diretoria de Articulação e Meio Ambiente, do JCPM, CPHR e Emlurb. O café da manha oferecido pelo Cabanga também contou com a presença de representantes do Jardim Botânico do Recife, do Centro de Atitude, da Associação dos Barqueiros e Canoeiros de Rio Formoso e do advogado ambientalista Hélio Gurgel e do nosso conselheiro Paulo Távora idealizador da iniciativa.
“Esse é um momento histórico e especial. Desde agosto a gente vem fazendo alguns trabalhos e agora estamos vendo o resultado concreto que é a possibilidade de restauração e recuperação concreta do manguezal. Nós estamos pegando e pisando nele”, vibrou Carlos André Cavalcanti, secretário executivo da Semas.
PARCERIA
A iniciativa deu tanto resultado que o Cabanga já estuda uma parceria com o Jardim Botânico do Recife. De acordo com a gerente geral, Zenaide Nunes, o Jardim Botânico do Recife tem a intenção de expandir suas atividades para locais como o mangue ao lado do Cabanga Iate Clube de Pernambuco. “A ideia de levar as atividades do Jardim Botânico a esses locais onde poderemos desenvolver atividades de pesquisa, reflorestamento e educação ambiental, de trazer um grupo, fazer oficina”, detalhou a gestora.