As últimas horas dos velejadores antes da partida 31ª Regata Internacional Recife-Fernando de Noronha (Refeno) foi de muito conhecimento e boas histórias. Na sexta-feira pela manhã, os comandantes e tripulantes inscritos participaram de uma palestra com Amyr Klink, promovido pelo Cabanga, na quadra do clube. Em pouco mais de uma hora, o navegador e empreendedor resumiu seus mais de 25 anos no mar.
A quadra do Cabanga ficou lotada para ouvir o renomado e experiente velejador. E toda as expectativas foram atendidas. Na palestra, Amyr Klink contou um pouco da sua história, de como iniciou a navegação e falou sobre os seus grandes projetos como a Travessia do Atlântico Sul a Remo, em 1984, ainda a única no mundo, a Invernagem Antártica em solitário, em 1989, a Circum-navegação Polar, em 1998, e o projeto Antártica com a Família, em 2006.
“Foi uma experiência bacana participar da Refeno como palestrante. Pude falar para eles como descobri o mar. De início, como passageiro, andando no barco dos outros porque tinha medo do mar. Mas, aos poucos, fui percebendo as diferenças dos modos de viajar e percebi que como comandante, apesar de você também ser um passageiro, você é o condutor. Então, participa ativamente, escolhe quando e como viajar. Foi quando descobri que queria ser condutor. O processo até chegar a esse estágio demorou muito, mas foi gratificante e pude começar as navegações”, afirmou Amyr Klink.
O velejador destacou a importância da Refeno para o cenário náutico brasileiro. Como a maior regata da América Latina, o evento consegue alcançar novos e velhos apaixonados pela vela contribuindo de forma direta para difundir a modalidade.
“O ambiente da Refeno respira vela, navegação e companheirismo no mar. Portanto, o evento se tornou importante porque contamina um número extraordinário de pessoas com o espírito da vela e a experiência no mar. Principalmente hoje que vivemos em um mundo em que os bens não são mais tão importantes, mas sim as experiências”, ressaltou.
Após a Refeno, Amyr Klink seguirá para novas aventuras no mar. Até o final de 2019, o velejador fará mais duas travessias até a Antártica. “Primeiro, vou com um barco nosso e depois com um finlandês. Este último irá com 50 brasileiros. Na sequência, ainda queremos levar os dois barcos Paratii. A agenda está rica de acontecimentos e muito trabalho”, concluiu.