O agora pernambucano Adrenalina Pura não disputava a Regata Internacional Recife Fernando de Noronha (Refeno), havia 15 anos. O retorno se deu em 2023 e teve a coroação neste domingo (24/09), com a conquista de mais uma Fita Azul, sendo o primeiro barco a cruzar o Mirante do Boldró, no arquipélago, completando assim as 300 milhas náuticas (560 km). A travessia foi realizada em praticamente um dia: 24h21min47s. A partida ocorreu no sábado à tarde (23/09), do Marco Zero do Recife.

O Adrenalina Pura retornou à Refeno através dos empresários pernambucanos Avelar Loureiro, Humberto Carrilho e Cecília Peixoto, todos formados na vela do Cabanga Iate Clube de Pernambuco. O barco agora contabiliza oito vitórias na Maior Regata Oceânica da América Latina – todas as vezes em que encarou a viagem – 2000/2001/2002/2005/2006/2007/2008 e 2023). É ainda o recordista ao ter cravado em 2007 a travessia da capital pernambucana até o arquipélago em 14 horas, 34 minutos e 54 segundos.

O segundo barco a chegar foi o Aventureiro 4, de Hans Hutzler, com o tempo de 27h50min42s. Seis horas a menos do que ano passado, quando foi o Fita Azul. 

“Somos filhos do Patoruzú, da vela pernambucana. O Adrenalina Pura é a nova porta de entrada de uma geração de velejadores que contribuirão para o destaque da vencedora escola de vela do nosso Estado. Não poderia deixar de enaltecer a atual tripulação do Patoruzú que, como bravos lutadores, continuam batalhando pela entrega da meta de chegar à Noronha. Não é só competição. Estaremos todos acompanhando e torcendo para mais uma superação do Pato. Tenho orgulho de fazer parte desta história. Salve a Paraíba que acolhe o Pato, obrigado a Bahia por nos ceder o Adrena e Viva Pernambuco, terra de bravos guerreiros, imortal, imortal, imortal”, destacou Avelar Loureiro.

A DISPUTA

 A partida do Marco Zero no sábado (23/09) foi dividida em cinco grupos separados por horário a partir do meio-dia. Favoritos na disputa pela Fita Azul, Adrenalina Pura, Aventureiro 4, Reforça D4 e Kastel Patoruzú saíram às 14h. Um tiro de canhão anunciou a partida de cada grupo. Além disso, a Bateria da Gigantes do Samba animou o público no Marco Zero do Recife.

Logo no início da disputa, o Adrenalina Pura perdeu a adriça da mestra e utilizou a adriça do balão mestra no segundo rizo. O barco  assumiu o primeiro lugar na madrugada do domingo (24/09), por volta da 0h35. Na ocasião, a disputa estava acirrada com o paraibano Kastel Patoruzú, detentor de três títulos da Refeno; com o Aventureiro 4, que era o Fita Azul até então; além do Maré XX e Montecristo Ambipar.

Já nas primeiras horas do domingo, o Adrenalina abriu vantagem na liderança e não mais a perdeu. O Aventureiro 4 seguia bem próximo ao Maré XX, com o Montecristo Ambipar correndo também muito bem, assim como o centenário Atrevida. Já o Kastel Patoruzú teve um problema no leme, o que o afastou da disputa pela Fita Azul.

Até a próxima terça-feira (26/09), todos os 88 barcos que partiram vão chegar até Fernando de Noronha.  São veleiros de 15 estados do Brasil. Os estados com maior representatividade são Bahia, Pernambuco e São Paulo, com 16 veleiros cada. Em seguida, o Rio de Janeiro vem com 11 barcos. Também estão na competição embarcações de Rio Grande do Sul (6); Paraíba e Paraná (3); Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Sergipe e Santa Catarina (2 cada); Pará, Alagoas e Distrito Federal (1 cada).

São ainda quatro estrangeiros, sendo três da Argentina – Ladino, Wisdom e Talisman– e um da África do Sul, o Arabella. Reforçando que a organização da regata e ICMBio estipulam como limite 100 embarcações para o evento.

CARBONO ZERO

A grande novidade da Refeno deste ano é que a regata está ainda mais sustentável. Com apoio do Genio Carbon, 2023 marcou a primeira regata oceânica carbono neutro da América Latina. O Genio Carbon, além de medir as emissões de gases do Efeito Estufa do evento, também está realizando a compensação dessas emissões, através da plataforma Genio Carbon Marketplace.

Fotos: Diego Lins – AfterClick/Cabanga