Um homem do mar e apaixonado pela Refeno. É assim que o velejador baiano Roque Luiz define a sua vida. Aos 65 anos e desde os 4 velejando, o comandante do barco Vô Rai II, um dos participantes da 31ª Regata Internacional Recife-Fernando de Noronha, classifica a maior regata oceânica da América Latina como a mais romântica em que competiu. A admiração pela competição é tanta, que ele já fez a travessia até o arquipélago pernambucano por 28 vezes.
Tanto no Cabanga, na semana pré, quanto em Fernando de Noronha, Roque esbanjou simpatia e sorrisos. Admirado por todos e quase uma celebridade entre os velejadores, o baiano afirma que já velejou por mais de 350 mil milhas náuticas. “Quando eu não estou competindo, estou trabalhando no mar”, afirmou.
A agenda de Roque é cheia durante todos os meses do ano. Após disputar a Refeno, o velejador seguiu para o São Paulo, onde compete na regata Santos/Rio, no dia 27 de outubro. De lá, segue para a Europa, para desempenhar a função de skiper em diversas embarcações. A rotina é corrida, mas o baiano garante que não é cansativa.
“Como pode cansar com isso? Estou sempre no mar e todos me valorizam. Isso que é o mais importante”, completou.
O baiano já velejou por outras ilhas semelhantes à Fernando de Noronha, como no Caribe. Contudo, segundo ele, nenhuma se compara ao arquipélago pernambucano. “A mais romântica é essa. Você vai velejando e acaba chegando ao paraíso. De todas as ilhas que eu já visitei, Noronha é a mais bonita. Todas as outras já estão fatiadas. Sempre tem dono, controle… Noronha, quando tem sol, você joga uma moeda a 20 metros e a vê caindo. Noronha é Brasil”, se declarou.
Em número de Refenos disputadas, Roque perde apenas para Emílio Russel, que disputou todas as edições. O velejador relembrou como surgiu o convite para correr a primeira regata.
“Maurício Castro (um dos idealizadores da regata) uma vez me chamou para disputar a Refeno. Eram 10 barcos só. Não tinha muita gente”, relembra.
A 31ª Refeno chegou ao fim, mas o velejador já planeja a edição de número 32. Roque agora inicia sua saga pelo mundo, mas de olho na partida do ano que vem. “Um mês antes eu sempre paro para arrumar o meu barco. Eu vou para a Europa, mas volto”, concluiu.