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Ao lado da irmã mais nova Andréa, Roberta da Rosa Borges foi uma das maiores atletas do Cabanga, brilhando nas competições regionais, nacionais e internacionais de Optimist na década de 1990. Atualmente morando nos Estados Unidos com a família, ela conversou com nossa reportagem especialmente para o livro dos 75 anos do Cabanga.

Dos tempos de velejadora, ela lembra com carinho e recorda memórias de campeonatos e até de episódios engraçados junto com a flotilha da época. Uma das maiores do Brasil, destaca, inclusive.

Qual a relevância do Cabanga para a sua carreira como velejadora?

Principalmente na vela a gente precisa sempre de uma estrutura de clube, de guardar os barcos, de marinheiro. E a principal função do Cabanga, no que mais ajudou, foi essa questão de oferecer um lugar propício para exercer a atividade. Para que pudesse treinar, um lugar legal, com segurança e acho que o Cabanga sempre fez isso muito bem.

Fora essa estrutura do clube em si, também a questão dos técnicos que o clube sempre ofereceu. O técnico, bem como nas viagens. Ajudava sempre que podia, não só a mim, mas também a todo o time do Cabanga, o que faz muita diferença.

Na época que eu velejava, toda vez que eu voltava de um campeonato muito importante eu agradecia a todo mundo. O clube, a diretoria que na época estava, os marinheiros, que são pessoas que estão ali no dia a dia ajudando, eu acho que essas pessoas são muito importantes.

Acho importante também essas gerações sempre terem essa ciência. Estão ali os marinheiros ajudando, as pessoas que frequentam o clube, então todo o ambiente sempre foi muito favorável, o que ajuda muito.

Quais as memórias mais marcantes você tem da época em que foi atleta do Cabanga?

Difícil escolher uma, mas eu lembro que teve uma época muito legal do Cabanga, que a gente tinha uma flotilha muito grande, era uma das maiores flotilhas do Brasil. Se eu não me engano a segunda ou terceira, acho que perdia talvez para o Rio ou São Paulo, em 1995 ou 1996… faz tempo.

A gente tinha uma flotilha muito grande, era muita gente do Cabanga e era muito legal nos campeonatos porque todo mundo brincava, se divertia. Lógico que na hora de velejar, todo mundo no campeonato, todo mundo se concentra, mas quando volta é aquela brincadeira.

Lembro uma vez até que um dos meninos chegou, nessas brincadeiras de menino – imagine, um menino que tinha entre 10 e 15 anos, a gente estava num hotel -, se penduraram no lustre e o teto caiu! Ficou bem marcado [nas nossas memórias]. Até hoje a gente brinca lembrando do que aconteceu.

Acho que é isso… é o companheirismo, é tudo que oferece. Você estar na flotilha, você treinar ali com as pessoas, você viajar para os campeonatos e o Cabanga possibilitava e ainda possibilita isso para os atletas. É muito legal. Espero que as próximas gerações continuem assim.

Que mensagem deixaria para a atual geração de atletas do Cabanga?

Eu acho que deixaria uma mensagem geral, independente se for do Cabanga ou de outro clube. Sempre deem o melhor de si.
Nem sempre a gente alcança aquilo que a gente espera, mas o mais importante é – eu brinco que eu não acho que o mais importante é participar, minha mãe nunca me falou e nem nunca me incentivou a pensar dessa forma -, mas o mais importante, sim, é a pessoa dar o máximo de si.

Se você deu o máximo e ganhou um campeonato, ótimo. Se não, você tem a certeza que você deu tudo que podia, que você treinou o máximo que podia, que você se dedicou o máximo que podia e eu acho que isso é o mais importante.