Cecília Peixoto foi protagonista do Patoruzú (PE), conduzindo a embarcação no momento final da Regata Internacional Recife-Fernando de Noronha 2022 (Refeno). Quando o veleiro cruzou a linha de chegada, no Mirante Boldró, em Noronha, ela estava no comando. Foi a primeira vez que o barco contou em sua tripulação com uma mulher para a maior regata oceânica da América Latina.
Cecília, que atua como empresária, é velejadora desde 2004. Pernambucana do Recife, ela já havia participado de outros desafios com o Patoruzú. Para ela, competir na Refeno com o veleiro pernambucano era um sonho. Ao todo, sete pessoas estiveram a bordo.
Além de Cecília, a tripulação foi formada por Carlito Moura (comandante), Felipe Almeida, Humberto Carrilho, Tiago Monteiro, Rafael Monteiro e Ronaldo Barroca.
O Patoruzú perdeu a hegemonia na Refeno, após levar a Fita Azul três vezes seguidas nos anos de 2018, 2019 e 2021 (2020 não houve disputa devido à pandemia). Por outro lado, conquistou o troféu superação, recebido inclusive na premiação oficial da regata, realizada no Museu do Tubarão, na ilha de Fernando de Noronha. O prêmio foi entregue aos pernambucanos pela persistência e coragem de ir até o fim para completar o percurso, de 300 milhas náuticas (equivalente a 560 km – distância do Recife para Noronha).
Vale lembrar que, durante a travessia, a embarcação passou seis horas à deriva em alto mar após a perda de um pino de sustentação do tirante que equilibra a estrutura do barco. A tripulação conseguiu realizar uma manobra de estabilização e seguiu de forma determinada para concluir a regata com menos velocidade para poupar o barco, que baixou a vela e consequentemente diminuiu seu ritmo.
O proprietário da embarcação Patoruzú é Higinio Marinsalta, argentino radicado em Pernambuco há 40 anos. Ele participou de 22 das 33 edições da história da Refeno.