A Flotilha de Optimist da Paraíba, que já teve tradição na vela brasileira, aos poucos está retornando às atividades e graças a um árduo trabalho do velejador Beto Barroca. Após 25 anos, o Estado voltou a ter uma equipe para classe e participou do Campeonato Norte/Nordeste, realizado em Maria Farinha-PE, de 30 de outubro a 1º de novembro de 2020.

A retomada da Flotilha paraibana iniciou em janeiro de 2020, antes da Pandemia, com a criação de uma escolinha na Marina Pier 34. Beto Barroca conseguiu reunir 13 crianças para dar continuidade a uma sonho iniciado há 18 anos de levar a vela para mais jovens e formar novos atletas.

“Fui instrutor no Iate Clube da Paraíba, mas eles decidiram parar com a escolinha. Então, resolvi montar a minha própria escola. Funcionou por quatro anos na marina do meu pai, a Pier 34, e tive de me mudar para Goiânia por conta do trabalho. Neste período, a flotilha ficou parada. Após oito anos, voltei e retomei a escolinha. Mesmo morando em Maceió atualmente, vou todo o final de semana para João Pessoa para manter esta chama acesa na garotada”, destacou Beto Barroca.

Foto: Tsuey Lan Bizzocchi/Cabanga

O velejador iniciou cedo no esporte. Aos sete anos, já praticava a modalidade na classe Optimist e viveu um período áureo da rivalidade da Paraíba contra Pernambuco. Na sequência, ele foi para o Laser, mas foi no Hobie Cat o período de maior sucesso quando conquistou o Campeonato Brasileiro por duas vezes.

No Norte/Nordeste de Optimist 2020, realizado em nossa subsede, em Maria Farinha, cinco dos 13 atletas da Flotilha marcaram presença. Um número que já pode ser considerado uma vitória diante de tantas dificuldades. Os paraibanos tiveram de ficar acampados em barracas no Cabanga de Maria Farinha para poder participar da competição. “Por conta da pandemia, tivemos de parar as atividades e apenas há dois meses retomamos aos treinos e regatas. Mas sem escolinha ainda. Mesmo assim, tivemos cinco velejadores no Norte/Nordeste”, resumiu.

Foto: Tsuey Lan Bizzocchi/Cabanga

A primeira competição fora da Paraíba foi um marco para a Flotilha, que dará continuidade ao trabalho. Além de todo o esforço de Beto Barroca, os clubes concorrentes no Norte/Nordeste contribuíram para que os velejadores tenham sequência na Paraíba. O Cabanga doou cascos de barcos, enquanto o Yacht Clube da Bahia doou velas para a escolinha. Mostrando, assim, que há uma união independentemente da rivalidade na água.

“Fico muito agradecido por esta ajuda. Temos a intenção de continuar com as aulas e tenho a sensação de que o trabalho está sendo bem feito. É muito gratificante este reconhecimento. Plantamos a semente certa nessas crianças. Apesar das dificuldades, já que não temos apoio e nem patrocínio, esse tipo de atitude de clubes como o Cabanga e o Yacht Clube da Bahia contribuem para que a gente siga em frente”, disse Beto Barroca.

Foto: Tsuey Lan Bizzocchi/Cabanga

NORTE/NORDESTE DE OPTIMIST
A Flotilha da Paraíba disputou a competição regional com cinco velejadores e todos na categoria estreante. No mirim, Davi Cavalcante terminou como vice-campeão, enquanto Maria Eduarda ficou em quarto. No infantil, Renan Palmeira terminou em oitavo e Fernanda Carvalho em nono. Já Sofia Montenegro terminou em 12º no juvenil.

Foto: Tsuey Lan Bizzocchi/Cabanga

Após o torneio, os velejadores voltaram para casa, mas o trabalho seguirá firme e com metas para a próxima temporada. Em 2021, mais uma vez, disputarão o Norte/Nordeste e o objetivo é que em 2022 eles estejam também no Campeonato Brasileiro.

“Eles ainda não vão para o Brasileiro de 2021 porque o custo é alto e não há quem nos ajude. Mas vamos nos preparar para ir em 2022, aqui no Cabanga, com força para representar bem a Paraíba”, concluiu Beto Barroca.